segunda-feira, 15 de julho de 2013

A nossa cama compartilhada!

Da série paguei a língua é onde nosso filho dorme aqui em casa. Dizíamos sempre (eu e o marido), assim que Bernardo nascer vai dormir no quartinho dele! Porque dizíamos isso? Pois acreditávamos que estaríamos estimulando a sua independência (um bebê independente?) e preservando a nossa intimidade.
Agora conto como aconteceu:
Assim que Bê chegou eu tive certeza que não havia possibilidade de deixá-lo sozinho no quarto dele, porque?
  1. Porque estávamos completamente apaixonados pelo nosso filho e sentiríamos muita falta de dormir perto.
  2. Porque não nos conhecíamos, queríamos ficar perto pra entender como ajudá-lo.
  3. Porque seria muito cansativo levantar e sair do quarto de hora em hora (era o intervalo que ele mamava), carregá-lo, amamentar, arrotar, fazer dormir...
  4. Porque era muito gostoso estar ao lado dele.
  5. E outros montes de motivos! rs
Daí a princípio colocamos o carrinho ao lado de nossa cama, ainda assim eu ficava vidrada o olhando dormir, com medo de sufocar, engasgar (paranoia de mãe de primeira viagem). Não achava o carrinho confortável pra ele, então montamos aquele berço apoio ao lado da cama. Ficou mais confortável mas sentíamos a dificuldade que ele tinha de se adaptar ali. Uma noite ele chorou muito e não sabíamos mais o que fazer para consolar. Demos banho de ofurô, colocamos música, massagem na barriga, verificamos fralda e nada! Beirando o desespero e instintivamente (sábio instinto materno), coloquei ele ao meu lado, no meio da nossa cama, e dei mama. Como um milagre Bê adormeceu calmo e feliz! O clique veio a partir daí. O melhor pra nós e pra o nosso filho é dormirmos juntos! Ali ele se sentiria seguro e tranquilo e nós também! Facilitaria a amamentação, o cansaço de acordar e levantar toda hora...

Comecei a pesquisar as consequências dessa estilo de dormir e me senti mais confortável ainda com a nossa decisão, pelo menos nos primeiros meses seria assim que funcionariam as coisas por aqui.

No blog Cientista que virou mãe tem um post muito bacana de que copiei algumas constatações que me confortaram e me identifico muito:


  • O risco de sufocamento do bebê que dorme com o pai é tão grande quanto o risco de sufocamento da criança que dorme sozinha com travesseiro, cobertor, protetor de berço e mais um monte de adereços que podem contribuir para isso.
  • O pediatra consultado diz que os bebês somente devem dormir no quarto dos pais durante o primeiro mês de vida, porque isso diminui a ansiedade e facilita a amamentação. Pergunta 1: se a amamentação, de acordo com o que recomenda a Organização Mundial de Saúde, deve ocorrer com exclusividade por no mínimo 6 meses e prolongadamente por 2 anos ou mais, por que práticas que a facilitem devem ser realizadas somente no primeiro mês? Pergunta 2: se a tão conhecida "ansiedade de separação" que acomete bebês tende a acontecer após o primeiro mês de vida, por que práticas que diminuam a ansiedade devem, também, ser realizadas somente no primeiro mês? O que acontece a  partir do 32o. dia de vida do bebê para que, a partir de então, ele não possa mais dormir com os pais? Isso não parece ser uma visão generalizadora demais, colocando todos os bebês em um pacote único, como se todos se comportassem da mesma maneira? Um bebê de 2 meses também não merece dormir menos ansioso? E a emocionalidade da mãe, onde entra nessa história? Será que dormir junto ao filho somente beneficia ao filho? Obviamente que não. As mães também são as beneficiadas, uma vez que precisam se levantar muito menos à noite para atender as necessidades do filho, dormir próximo estimula ainda mais a produção de leite e sono tende a ser mais restaurador do que quando o bebê dorme sozinho em seu quarto
  • O risco de mortalidade associado à cama compartilhada é inferior ao risco de morte súbita do lactente quando este dorme sozinho em seu quarto. Em outras palavras: dormir sozinho em seu quarto aumenta as chances da morte súbita do recém nascido, pelo simples fato que qualquer alteração com o bebê demora muito mais para ser percebida, diminuindo também as chances de socorro.
  • Um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Neurologia da Universidade da Californiaconclui que, na população investigada, a prática do co-sleeping melhora a qualidade do sono dos bebês, diminui o número de vezes que acordam à noite e, mais importante, diminui os riscos de morte pela síndrome da morte súbita do recém-nascido, ao contrário do que o senso comum, reforçado pelo alarmismo médico, acredita.
  • Embora a matéria cite um estudo americano para dizer que 515 crianças pequenas morreram ao dividir a cama com os pais, outros grandes estudos mostram que, das centenas de crianças que morrem durante o sono, em todo o mundo, mais de 70% dormiam sozinhas... Dormir junto, portanto, não parece ter sido a causa dessas 515 crianças mortas...
  • Os cuidados que devemos ter para fazer a cama compartilhada, na verdade, não são cuidados. É bom senso. Não dormir embriagado, sob efeito de psicotrópicos, com excesso de cobertores, são cuidados que todos devemos ter independente de onde dorme o filho. Fazer tudo isso quando o filho dorme separado não traz nenhum alívio, pelo contrário. Se ele precisar de você, estando longe, você também não vai poder ajudar...
  • A matéria diz que, embora eu não dê detalhes da minha vida sexual, eu garanto que está tudo bem (risos, muitos risos). É, eu não dei detalhes. Mas garanto que a cama compartilhada não afeta a vida sexual de quem a pratica. Afinal de contas, criatividade não é importante apenas para a criação de filhos. É importantíssima, principalmente, para a vida do casal. Casal sem criatividade é casal triste. Quem compartilha a cama com o filho e diz que isso prejudicou a vida sexual, na verdade, está usando isso como desculpa para alguma outra questão... Se a vida sexual não está boa, não é porque seu bebê dorme junto com você. Pense bem o que está errado aí e responsabilize o que, de fato, precisa ser responsabilizado. Afinal de contas, não existe só a cama para as horas boas da vida. Ou estou errada?
  • Sim, a criança pode aprender que os pais têm uma relação que não a envolvem, como afirma a psicanalista. Mas existem diversas formas de mostrar isso a uma criança, no dia-a-dia. Inclusive mostrando a ela que a relação do pai e da mãe não acontecem somente à noite, mas durante todo o tempo, enquanto, juntos, a criam com afeto e amor. 

Algumas medidas de segurança devem ser adotadas ao optar pela cama compartilhada, para proteção do bebê, seguem aqui:

- Sua cama deve ser absolutamente segura para seu bebê. A melhor escolha é colocar o colchão no chão, com a certeza de não existir nenhum vão onde seu bebê possa ficar preso. Tenha certeza de ter um colchão plano, firme e liso. Não permita que seu bebê durma em uma superfície macia, tal como cama d´água, sofá, colchões com a parte superior almofadada, poltronas em formato de “pufe” do tipo que se moldam ao corpo, ou qualquer outro móvel com estrutura flexível que possa ceder.

- Tenha certeza de ter lençóis sob medida, que permaneçam seguramente ajustados e não se soltem em caso de puxados.

- Se sua cama for elevada do chão utilize uma grade de segurança de estrutura entrelaçada para prevenir seu bebê de rolar para fora da cama e seja especialmente cuidadosa acerca de não existir nenhum espaço entre o colchão e a guarda da cabeceira da cama ou a guarda dos pés da cama.

OBSERVAÇÃO: Algumas grades de segurança projetadas para crianças mais velhas não são seguras para bebês porque possuem espaços em sua estrutura que possibilitam a passagem de pequenos corpos ou que estes fiquem presos nelas.

- Se sua cama é posicionada contra uma parede ou outro móvel verifique-a toda noite para ter certeza de que não existe nenhum espaço entre o colchão e a parede ou o móvel aonde o bebê possa ficar preso.

- A criança deve ser colocada entre a mãe e a parede ou a grade de proteção. O pai, irmãos, avós e babás não possuem a mesma consciência instintiva da localização do bebê como sua mãe. Mães: prestem atenção a sua sensibilidade pessoal ao bebê. O seu pequeno deve ser capaz de acordá-la através de um barulho ou movimento mínimo – normalmente até mesmo uma fungada ou ronco é suficiente. Se você descobrir que dorme tão profundamente que somente acorda quando seu bebê emite um choro alto, considere seriamente mudar o bebê para fora de sua cama, talvez para um berço próximo ou ao lado de sua cama.

- Utilize um colchão bem grande para fornecer amplitude de espaço e conforto para todos.

- Considere a possibilidade de uma arrumação de “cama acoplada”, aonde o berço ou segunda cama posiciona-se diretamente ao lado da cama principal.

- Tenha certeza de que o quarto aonde seu bebê dorme e todos os outros quartos a que ele possa ter acesso é a prova de crianças. (Imagine seu bebê engatinhando para fora da cama enquanto você dorme, para explorar a casa. Mesmo que ele não tenha feito isso - AINDA - você pode ter certeza de que eventualmente ele irá fazê-lo).

- Não durma com seu bebê se você tiver bebido álcool, se tiver usado qualquer droga ou medicação, se você em especial costuma dormir profundamente ou se está sofrendo privação de seu sono e acha difícil acordar-se.

- Não durma com seu bebê se você for uma pessoa grande, uma vez que um pai acima do peso constitui-se em risco provado para bebê, na situação da cama compartilhada. Não posso especificar uma tabela de correlação peso/bebê. Se o bebê rolar em sua direção, se existir inclinação ou depressão grande no colchão ou se você suspeita de qualquer outra situação de perigo, aja com segurança e acomode o bebê em um berço ou cama menor ao lado de sua cama.

- Remova todas as almofadas e cobertores durante os primeiros meses. Utilize extrema precaução quando introduzir almofadas ou cobertores, a medida que sei bebê fique maior. Vista o bebê e vocês de forma aquecida para dormir. (Uma dica para mamães que amamentam: como camiseta de baixo e para manter-se mais aquecida, vista uma camiseta comum ou de gola role antiga cortada pelo meio em direção à linha do decote). Tenha em mente que o calor do corpo aumenta o aquecimento durante a noite. Tenha certeza que seu bebê não ficará superaquecido.

- Não vista roupas de dormir com cordões ou fitas compridas. Não use jóia e se seu cabelo for longo, prenda-o para cima.

- Não utilize perfumes ou loções de aromas fortes que possam afetar os sentidos delicados de seu bebê.

- Não permita animais de estimação dormindo na cama com seu bebê.

- Nunca deixe seu bebê sozinho em uma cama de adulto a não ser que esta cama seja perfeitamente segura para ele, tal como um colchão firme no chão de um quarto a prova de criança, e somente quando você estiver por perto ou atenta, escutando o bebê através de um monitor (babá-eletrônica) confiável.


Dias antes de Bê completar 3 meses, me senti mais segura quanto a me "separar" um pouco dele, na verdade também já estava com muita  dor nas costas pois ficava toda torta com medo de machucá-lo na cama. Viajamos e aproveitei que houve uma mudança de rotina, quando chegamos em casa, marido desmontou o berço dele  e o montou no nosso quarto, sem a grade e encostado na parede, daí ficamos com uma baita cama compartilhada! Agora me sinto mais segura e confortável quanto a nossa dormida. Dias de salto de desenvolvimento, ou dias em que ele está dengoso carente, puxo pro meu lado e dormimos assim, coladinhos...

Daí me perguntam, até quando ele dormirá com vocês? Respondo, até quando estivermos felizes assim!
E sobre a vida íntima do casal? É muito mais divertido e estimulante explorar os outros tantos cômodos da casa enquanto o baby dorme. 

Aqui funciona assim, e com você? Me conta!



Nathalie